Dizem as pessoas que em Santiago, há 30 anos atrás, ainda se fiava lã a partir de algodão. Alegadamente, a planta terá sido importada da América, a fim de proporcionar novas fontes de receitas às ilhas. Na sua forma silvestre, terá sobrevivido durante muito tempo.
Não temos conhecimento de provas que possam testemunhar nem a existência do cultivo de algodão em Cabo Verde, nem a época em que este se teria efectivamente registado.
Há cerca de 30 anos registou-se uma diminuição acentuada das culturas espontâneas. Hoje em dia, só raramente encontramos algodão silvestre. Os panos feitos desta lã são bastante mais macios do que os feitos dos tecidos importados; no entanto, o facto deste tipo de lã ser tão raro torna-o praticamente inacessível.
Pequena introdução ao Crioulo
- Pánu
Tecido e praticamente qualquer pano. Vem do português "pano"
- Pánu di téra
É o nome que se dá ao pano tecido em Santiago
- Pánu di bitxu
Pano tecido com padrão em relevo (temas de animais)
- Pánu d'obra
Pano estampado com franjas e trabalhado com aparato. Usa-se frequentemente na decoração da casa. É preciso trabalharem dois tecelões juntos durante duas semanas. De Segunda a Sábado, todos os dias das 8 às 16 horas. Só para armar o tear gasta-se um dia inteiro, segundo informação do nosso tecelão.
- Pánu txan
Pano liso com riscas brancas e pretas, sem quaisquer motivos.
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