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Percurso panorâmico de montanha
até à praia da Ribeira da Prata

Este trajecto fizemo-lo, pela primeira vez, no ano de 2000.

Em Joe Geberth encontra-se a seguinte descrição breve

Caracterização: Uma caminhada que dá gozo, comprida e fácil, passando por velhos caminhos de montanha e calçadas transitáveis aos solavancos que descem até à praia da Ribeira da Prata, donde se segue até Chão Bom (Tarrafal).

Você sobe, sem grande esforço, até à cumeada, utilizando um antigo desfiladeiro bem conservado. Enveredando pelo caminho panorâmico, terá uma vista por vezes grandiosa. No fim da descida, com características multifacetadas, verá os coqueiros a acenar-lhe desde a praia de areia cinzenta e prateada, tornando reais imagens de sonho de uma genuinidade que se julgava perdida há muito tempo, com os barquinhos de pesca garridos e as redes estendidas para secar.

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Estas fotos tirámos durante uma excursão, em Março de 2002.

A Sibylle, em determinada altura, escrevera

Fiz este caminho em Agosto.

As nuvens ficam presas entre as montanhas, espessas, e mantos de nevoeiro húmidos atravessam o caminho. Por isso, a tal vista fantástica, nos primeiros momentos, passa-me despercebida.. Por vezes, ouvem-se, por entre o misto de nuvens e nevoeiro, vozes de crianças cumprimentando "Bom dia!" e o pedido de "money, money", logo de seguida. Àquilo junta-se o ruído inconfundível de enxadas trabalhando o solo. Nos campos de milho monda-se e cava-se.

Há troços do trajecto em que caminho perfeitamente sozinha, envolta em total silêncio e solidão. Com o tempo, o nevoeiro dissipa e as nuvens sobem. E, efectivamente, o gozo começa a espalhar-se, o andar torna-se mais leve e o panorama é fantástico. A paisagem impressiona, na sua beleza. O olhar ora vai parar sobre o mar, ora fixa o mundo bizarro das serras ou os barrancos e vales profundos, fugindo às vezes para muito além do planalto isolado da Assomada.

É, simplesmente, indiscritível. À minha volta vejo o verde fresco que, depois da chuva, se estende pelo caminho inteiro, e campos onde abundam as novas plantas de milho em pleno crescimento.

Numa pequena aldeia a meio do caminho surge um homem a chamar por mim, querendo saber donde sou. O senhor, já de idade, está sentado frente à sua casa, junto com a família. Fala francês, esteve muito tempo no estrangeiro. Agora está de regresso à terra, contente por viver no seio da família. Tendo passado uma vida dura em terra alheia, goza agora a sua reforma. Depois de uma breve conversa sobre a chuva que fora fantástica, o milho e os netinhos, e feitos os votos de uma boa continuação, sigo o meu caminho.

Sou várias vezes abordada, enquanto vou caminhando em direcção ao mar. Estou mesmo contente por ter conseguido um domínio do Português que me permite conversar com as pessoas que vivem aqui. Volta a fascinar-me a alegria existente apesar do trabalho penoso e da escassez dos meios. Não falta tempo para um sorriso às pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos, para umas palavras, para uma pequena conversa sobre a origem e o destino.

Cruzo-me com um grupo de raparigas novas a caminho de casa depois do trabalho. Uma jovem bem composta, bonita de verdade, vira-se para mim pedindo dinheiro, pois estava com fome. No entanto, ela parece tudo menos esfomeada. Por isso digo-lhe que, para mim, ela não tem aspecto de faminta, com o corpo e a boa aparência que exibe. As outras desatam a rir e ela diz, com um ar de graça, "mas posso tentar, ao menos...". Depois seguem o seu caminho, entre muitos risos e cacarejos.

Ia ultrapassar os limites fixar todos os pequenos pormenores a que, de passagem, assisti.

O caminho, até pouco antes de chegar ao mar, mantém-se no planalto. Só depois da Figueira das Naus, alcança-se uma estrada de terra batida que se inclina até chegar ao mar.

Aproximamo-nos da Ribeira da Prata, da sua praia com o palmeiral.

Na Ribeira da Prata, a pesca, a agricultura e a criação de gado continuam a constituir a base da vida das populações.

Há muitas casas a serem restauradas e, de qualquer forma, essa localidade aparentemente adormecida não deixa de exercer a sua atracção. À praia da Ribeira da Prata chega-se passando por um coqueiral. Ali, em vez de tomar banho, continuei a minha marcha em direcção a Chão Bom. Vencidos 20 km e 4 horas e meia, uma das caminhadas mais bonitas que alguma vez fiz na Ilha de Santiago, tinha chegado ao fim.

Pela primeira vez em Cabo Verde, fizera o caminho toda sozinha, experimentando solidão e tranquilidade, vistas grandiosas, verde fresco em quantidade que parecia inverosímil, montanhas majestáticas, aldeias simples e, sobretudo, também muitas pessoas amorosas. Não acrescento mais nada: Foi um dia indiscritivelmente belo!

Os nossos serviços

Mais pormenores para esta excursão poderá obter directamente no local de Sibylle & Giraldo. Dependendo do grau de dificuldade da orientação, tratar-se-á de uma mappa de excursão para ilha de Santiago e/ ou de uma descrição do percurso e/ ou de um guia local ou Esplanada Silibell - Bar, Restaurante, Informação turística para Calheta & Santiago

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